quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Igreja ou museu?


A situação da Igreja da Ordem nos anos 70, porém, parecia não agradar aos mais entendidos. Já em 1971 o arquiteto Cyro Coreia de Oliveira Lyra entrega ao IPPUC a recomendação de restauro da igreja, que já era tombada como patrimônio histórico. Lembre que restauro é diferente de reforma: Restauro busca voltar à características originais, reforma visa modificar.
Em 1974 o mesmo arquiteto elabora o projeto de restaurar a igreja e criar um museu de Arte Sacra no seu espaço. 

Me questiono como ele elaborou um projeto de restauro da igreja, se não temos registros da originalidade dela. Ele se basearia em qual época? Qual critério utilizar para eleger uma época que se deseja restaurar na igreja?

Em 1977 o padre Pelayo Palacios é substituído pelo saudoso e lendário padre Julio Pereda Montoya, sobre quem falarei em detalhes mais adiante.

No ano seguinte é autorizado o início do restauro da Igreja da Ordem, por Cyro Correia e José la Pastina. Neste mesmo ano a Casa Romário Martins publica uma edição fac-simile da Breve Notícia de Antonio Lustosa, que supostamente foi encontrada nas paredes da igreja. Também foram expostas na Casa Romário Martins partes do altar da Igreja que estavam sendo restauradas. 

Conta-se que em certo momento desejavam transformar toda a igreja em um museu de arte sacra, porém o valente Padre Julio se recusou, dizendo que só fariam isso por cima de seu cadáver. Ele venceu, e a igreja continuou sendo um local santo. Porém, o anexo da igreja que funcionava como sacristia e secretaria, incluindo o térreo do campanário foi profanada e transformada em museu. 

A Igreja da Ordem foi entregue “restaurada” em 6 de outubro de 1979, apenas um ano depois do início das obras. Pode parecer um tempo muito curto para uma obra bem feita, e realmente foi. Hoje, examinando com cuidado esta última reforma, podemos observar vários detalhes mal feitos.
No entanto, com este restauro a igreja ganhou uma sobrevida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário