A situação da Igreja
da Ordem nos anos 70, porém, parecia não agradar aos mais entendidos. Já em
1971 o arquiteto Cyro Coreia de Oliveira Lyra entrega ao IPPUC a recomendação
de restauro da igreja, que já era tombada como patrimônio histórico. Lembre que
restauro é diferente de reforma: Restauro busca voltar à características
originais, reforma visa modificar.
Em 1974 o mesmo
arquiteto elabora o projeto de restaurar a igreja e criar um museu de Arte
Sacra no seu espaço.
Me questiono como ele
elaborou um projeto de restauro da igreja, se não temos registros da
originalidade dela. Ele se basearia em qual época? Qual critério utilizar para
eleger uma época que se deseja restaurar na igreja?
Em 1977 o padre Pelayo
Palacios é substituído pelo saudoso e lendário padre Julio Pereda Montoya,
sobre quem falarei em detalhes mais adiante.
No ano seguinte é
autorizado o início do restauro da Igreja da Ordem, por Cyro Correia e José la
Pastina. Neste mesmo ano a Casa Romário Martins publica uma edição fac-simile
da Breve Notícia de Antonio Lustosa,
que supostamente foi encontrada nas paredes da igreja. Também foram expostas na
Casa Romário Martins partes do altar da Igreja que estavam sendo restauradas.
Conta-se que em certo
momento desejavam transformar toda a igreja em um museu de arte sacra, porém o
valente Padre Julio se recusou, dizendo que só fariam isso por cima de seu
cadáver. Ele venceu, e a igreja continuou sendo um local santo. Porém, o anexo
da igreja que funcionava como sacristia e secretaria, incluindo o térreo do
campanário foi profanada e transformada em museu.
A Igreja da Ordem foi
entregue “restaurada” em 6 de outubro de 1979, apenas um ano depois do início
das obras. Pode parecer um tempo muito curto para uma obra bem feita, e
realmente foi. Hoje, examinando com cuidado esta última reforma, podemos
observar vários detalhes mal feitos.
No entanto, com este
restauro a igreja ganhou uma sobrevida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário