domingo, 10 de novembro de 2019

O sangrento início da era republicana

A Princesa Isabel do Brasil ficou pouco tempo na cidade e logo voltou ao Rio de Janeiro, sem regressar à Igreja da Ordem. Quatro anos depois ela assinaria a abolição definitiva da escravidão no Brasil, passando a ser conhecida como Isabel a Redentora. Porém, este ato culminaria com um golpe militar no ano seguinte, expulsando a família imperial, tomando suas propriedades e inaugurando uma ditadura militar republicana no país sob a espada de Marechal Deodoro da Fonseca, e em seguida por Marechal Floriano Peixoto.

Este período de transição foi marcado por terríveis revoltas em todo o país. No Paraná tivemos a terrível Guerra do Contestado, mas no contexto do Sul do Brasil tivemos também a Guerra dos Farrapos, que iniciou no Rio Grande do Sul e chegou a atingir Curitiba.

Esse fato foi muito bem retratado no filme “O Preço da Paz” de 2003, que retrata a história do grande cidadão curitibano, Ildefonso Pereira Correia, o Barão do Cerro Azul, que inclusive foi doador de grandes quantias em dinheiro para as reformas da Igreja da Ordem na época de Lustosa.

Com os soldados farroupilhos a caminho de Curitiba, todas as autoridades civis fugiram da cidade, e o Barão se viu na responsabilidade de proteger todos os cidadãos, sacrificando a sua fortuna para que os invasores não fizessem nenhum mal aos curitibanos. E assim aconteceu.

Porém, com a revolta encerrada e a situação normalizada, o Barão fora chamado ao Rio de Janeiro. No caminho do trem pela Serra do Mar ele foi retirado do seu vagão e covardemente fuzilado pelos soldados de Floriano Peixoto à beira da ferrovia.


Seu nome foi proibido de ser lembrado por muito tempo, mas hoje é considerado um dos maiores Heróis Nacionais.




Contudo, Curitiba continuava crescendo e se modernizando. 

Em 1893 a Igreja Matriz foi finalmente concluída, sendo solenemente abençoada no dia 7 de Setembro. No ano seguinte o primeiro bispo de Curitiba toma posse: Dom José de Camargo Barros, e a Igreja Matriz passa a ser a Catedral Diocesana de Curitiba. Em 1926 passa a Catedral Metropolitana, com a criação da Arquidiocese de Curitiba. Na época era bispo Dom João Francisco Braga. 



Inauguração da Catedral, 1893

 

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