terça-feira, 12 de novembro de 2019

A Princesa Isabel e Lustosa





Em dezembro daquele mesmo ano de 1884 Sua Alteza Imperial, a princesa Isabel do Brasil visita Curitiba para inaugurar em nome de seu augusto pai a estrada de ferro Curitiba-Paranaguá, e assim como ele fez 4 anos antes, também foi à missa na Igreja da Ordem. Mais um momento de grande glória para nossa igrejinha – apesar de ela ter relatado em seu diário que não gostou da execução das músicas na ocasião.

Porém, Antonio Lustosa não pôde estar presente parsa prestigiar este momento. A mesma edição do Dezenove de Dezembro que noticiou a chegada da Princesa e seu marido a Curitiba noticia também o luto pela morte do Coronel Antonio Ricardo Lustosa de Andrade, o grande benfeitor da Igreja da Ordem Terceira, além de tantas outras obras pela cidade.
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 O Dezenove de Dezembro, edição 279 de 1884



O Dezenove de Dezembro, edição 279 de 1884


Curitiba novamente estava em festa para a chegada de suas Altezas Imperiais, tal qual foi na visita de Dom Pedro II 4 anos antes. Mas Lustosa, já com 61 anos de idade, não pôde recepcioná-los desta vez. Descansava em paz depois de ter cumprido até o fim seu papel.

 O Dezenove de Dezembro, edição 278 de 1884

Acima podemos observar o anúncio da morte de Lustosa no jornal, feito por sua esposa, Gabriella Franco Lustosa de Andrade, onde está descrito o endereço da residência da família: Praça de Dom Pedro II, n º 9.

A Praça de Dom Pedro II é nada mais, nada menos, que a Praça Tiradentes. Originalmente chamada de Largo da Matriz, mudou de nome após a visita do imperador em 1880, recebendo o seu nome. Com a proclamação da República, foi rebatizada com o nome do inconfidente mineiro, considerado como herói pelos republicanos.

A localização exata da casa nº 9 da antiga Praça Dom Pedro II nós não sabemos, muito menos se é um dos vários casarões antigos que ainda sobrevivem na atual praça Tiradentes. Mas podemos imaginar que seja uma das casas que observamos nas antigas fotos da praça, como as que vemos a seguir. Se considerarmos que a contagem dos números da praça iniciavam no Marco Zero, ou então na própria Catedral, deveria ser uma das casas próximas à ela.


 
 


Aqui termina o grande capítulo sobre Antonio Ricardo Lustosa de Andrade, o benfeitor da Igreja da Ordem durante o final do século XIX que foi responsável por deixá-la com as características que passaram a marcar a paisagem curitibana desde então.
 


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