Em dezembro daquele
mesmo ano de 1884 Sua Alteza Imperial, a princesa Isabel do Brasil visita
Curitiba para inaugurar em nome de seu augusto pai a estrada de ferro
Curitiba-Paranaguá, e assim como ele fez 4 anos antes, também foi à missa na
Igreja da Ordem. Mais um momento de grande glória para nossa igrejinha – apesar
de ela ter relatado em seu diário que não gostou da execução das músicas na
ocasião.
Porém, Antonio Lustosa
não pôde estar presente parsa prestigiar este momento. A mesma edição do Dezenove de Dezembro que noticiou a chegada
da Princesa e seu marido a Curitiba noticia também o luto pela morte do Coronel
Antonio Ricardo Lustosa de Andrade, o grande benfeitor da Igreja da Ordem
Terceira, além de tantas outras obras pela cidade.
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O Dezenove de Dezembro, edição
279 de 1884
O Dezenove de Dezembro, edição
279 de 1884
Curitiba novamente
estava em festa para a chegada de suas Altezas Imperiais, tal qual foi na
visita de Dom Pedro II 4 anos antes. Mas Lustosa, já com 61 anos de idade, não
pôde recepcioná-los desta vez. Descansava em paz depois de ter cumprido até o
fim seu papel.
O Dezenove de Dezembro, edição
278 de 1884
Acima podemos observar
o anúncio da morte de Lustosa no jornal, feito por sua esposa, Gabriella Franco
Lustosa de Andrade, onde está descrito o endereço da residência da família:
Praça de Dom Pedro II, n º 9.
A Praça de Dom Pedro
II é nada mais, nada menos, que a Praça Tiradentes. Originalmente chamada de
Largo da Matriz, mudou de nome após a visita do imperador em 1880, recebendo o
seu nome. Com a proclamação da República, foi rebatizada com o nome do
inconfidente mineiro, considerado como herói pelos republicanos.
A localização exata da casa nº 9 da antiga Praça Dom Pedro II nós não
sabemos, muito menos se é um dos vários casarões antigos que ainda sobrevivem
na atual praça Tiradentes. Mas podemos imaginar que seja uma das casas que
observamos nas antigas fotos da praça, como as que vemos a seguir. Se
considerarmos que a contagem dos números da praça iniciavam no Marco Zero, ou
então na própria Catedral, deveria ser uma das casas próximas à ela.
Aqui termina o grande
capítulo sobre Antonio Ricardo Lustosa de Andrade, o benfeitor da Igreja da
Ordem durante o final do século XIX que foi responsável por deixá-la com as
características que passaram a marcar a paisagem curitibana desde então.
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