quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Missas pelas almas de falecidos

Recortes do Dezenove de Dezembro, em vários dias

Até meados de 1965, uma missa só era celebrada em uma única intenção. A missa católica é um Sacrifício, o culto mais sagrado que há, e portanto é a maior obra espiritual que nós vivos podemos oferecer pelo bem das almas que já se foram, para que possam ser salvas e deixem o Purgatório. Não quero aqui fazer uma aula de catequese para não entediar o leitor, então os que tiverem interesse em saber mais desse assunto indico que olhe sobre Santa Missa e Purgatório em algum bom catecismo mais antigo.

Existia, por exemplo, a “missa gregoriana”, que consiste em 30 misas celebradas por uma única pessoa, sendo que após isso – diz a tradição – a alma da pessoa seria com certeza liberta dos castigos do Purgatório.

Podemos imaginar o quanto essas missas eram concorridas na época, já que um padre só poderia celebrar uma missa por dia e por uma única alma. A família que conseguia encomendar uma missa de sétimo dia ou no aniversário de morte de algum ente querido pagava uma boa espórtula para a igreja, e convidava a todos para estarem presente. E quando digo todos, me refiro a toda a cidade, já que os anúncios eram publicados no jornal.

Essa realidade é muito diferente de hoje, pois as missas são celebradas por um exército de almas, e mesmo na Igreja da Ordem de 2019 há uma ladainha de intenções que são repetidas diariamente, mesmo que nenhum conhecido ou familiar daquelas almas esteja presente. Ou seja, banalizou-se a missa pela alma dos defuntos.

Mas naquela época elas eram de grande valor, e por isso toda edição de jornal em Curitiba trazia convites de missas na Matriz, na Igreja da Ordem, na do Rosário, e até mesmo em igrejas do litoral. E para nós que estamos pesquisando a história de uma igreja, esses anúncios são preciosíssimos, pois assim ficamos sabendo quais pessoas importantes que iam em cada igreja, sabemos os padres que lá celebravam, etc.

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