Recortes do Dezenove de Dezembro, em vários dias |
Até meados de 1965,
uma missa só era celebrada em uma única intenção. A missa católica é um
Sacrifício, o culto mais sagrado que há, e portanto é a maior obra espiritual
que nós vivos podemos oferecer pelo bem das almas que já se foram, para que
possam ser salvas e deixem o Purgatório. Não quero aqui fazer uma aula de
catequese para não entediar o leitor, então os que tiverem interesse em saber
mais desse assunto indico que olhe sobre Santa Missa e Purgatório em algum bom
catecismo mais antigo.
Existia, por exemplo,
a “missa gregoriana”, que consiste em 30 misas celebradas por uma única pessoa,
sendo que após isso – diz a tradição – a alma da pessoa seria com certeza
liberta dos castigos do Purgatório.
Podemos imaginar o
quanto essas missas eram concorridas na época, já que um padre só poderia
celebrar uma missa por dia e por uma única alma. A família que conseguia
encomendar uma missa de sétimo dia ou no aniversário de morte de algum ente
querido pagava uma boa espórtula para a igreja, e convidava a todos para
estarem presente. E quando digo todos, me refiro a toda a cidade, já que os
anúncios eram publicados no jornal.
Essa realidade é muito
diferente de hoje, pois as missas são celebradas por um exército de almas, e
mesmo na Igreja da Ordem de 2019 há uma ladainha de intenções que são repetidas
diariamente, mesmo que nenhum conhecido ou familiar daquelas almas esteja
presente. Ou seja, banalizou-se a missa pela alma dos defuntos.
Mas naquela época elas
eram de grande valor, e por isso toda edição de jornal em Curitiba trazia
convites de missas na Matriz, na Igreja da Ordem, na do Rosário, e até mesmo em
igrejas do litoral. E para nós que estamos pesquisando a história de uma
igreja, esses anúncios são preciosíssimos, pois assim ficamos sabendo quais
pessoas importantes que iam em cada igreja, sabemos os padres que lá
celebravam, etc.
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