Vimos anteriormente
uma concepção artística de como deveria ser a Igreja da Ordem em sua original
arquitetura colonial. Agora, como foi dito, ela já apresentava características
neogóticas, as mesmas que vemos ainda hoje. Porém, ainda não tinha a sua torre,
que é um dos elementos mais marcantes da sua atual configuração.
Podemos imaginar agora
a Igreja da Ordem em meados de 1880, da forma como o Imperador Dom Pedro II a
conheceu, com o Largo da Ordem ao redor, já com os primeiros casarões, porém
ainda com algumas construções da época colonial.
Representação da Igreja da Ordem
sem o campanário
|
Lustosa ampliou a igreja e lhe
deu características neogóticas
|
Simulação artística do Largo da
Ordem nos anos 1880
|
Podemos observar nas
simulações acima que desenhamos a igreja com sua rosácea contendo um desenho
diferente, assim como vitrais coloridos. Temos notícias de que a igreja possuia
vidros coloridos através de uma notícia de uma reforma recente, em que “foram
retirados os vitrais”. E em uma foto antiga podemos ver o desenho da rosácea em
linhas mais retas, diferente da atual.
Mas as primeiras
fotografias da igreja datam do século XX, e nossa história ainda está em 1880.
Antonio Lustosa narra
em sua Breve Notícia que também mandou construir uma galeria ao lado da igreja,
capaz de acomodar “quase cinquenta senhoras”. Provavelmente se trate do espaço
que foi transformado em museu pela Fundação Cultural 100 anos depois. O projeto
dessa galeria contou com ajuda de Roberto e João Motter.
O novo passo seria a
construção do Campanário. Os quatro anos seguintes foram de intensa arrecadação
de fundos, certamente graças ao empenho de Antonio Lustosa na câmara e pela
cidade. Os jornais publicavam com frequência as doações, como podemos reparar na sequência de recortes a seguir:
O Dezenove de Dezembro, edição 18
de 1882
O Dezenove de Dezembro, edição 62
de 1882
O Dezenove de Dezembro, edição 69
de 1882
O Dezenove de Dezembro, edição 92
de 1882
O Dezenove de Dezembro, edição 08
de 1883
O Dezenove de Dezembro, edição 20
de 1883
O Dezenove de Dezembro, edição 23
de 1883
O Dezenove de Dezembro, edição 71
de 1884
Acompanhando as
notícias dos jornais podemos saber o desenrolar de toda a construção da torre.
Sabemos que no dia 16 de Abril de 1882 foi lançada a pedra fundamental, e que
os empresários da Erva Mate doaram os dois grandes sinos que foram instalados,
como pudemos ver nos recortes acima, em 14 de Março de 1883. Até que finalmente
é inaugurada a torre no dia 3 de Fevereiro de 1884!
O Dezenove de Dezembro, edição 30
de 1883
O Dezenove de Dezembro, edição 30
de 1884
Agora a Igreja da
Ordem estava completa, da forma como a conhecemos! Antonio Lustosa cumpriu o
seu objetivo com muito louvor, e merecidamente foi ovacionado pelos cidadãos.
Nesse processo todo a
nova igreja Matriz ainda estava em construção, e toda a vida religiosa do
centro da cidade girava em torno da Igreja da Ordem e do Rosário. Diversas eram
as novenas e festas religiosas divulgadas nos jornais, relatando grande
participação do povo. Talvez por isso foi tão generosa a participação dos
curitibanos na construção da torre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário