No dia 22 às 8:30h da manhã, o Imperador e a Imperatriz se dirigiram com
toda a comitiva para a missa na Igreja da Ordem, que foi mandada celebrar pela
alma de um parente da Imperatriz. No mesmo dia, às 19h regressaram de uma
viagem pelo interior de Curitiba e assistiram a outra missa na Igreja da Ordem,
que a Câmara Municipal mandou celebrar em agradecimento pela visita dos Soberanos.
Como podemos ver nos recortes abaixo, o próprio jornal cita a Igreja da Ordem
como “elegante e redecorada”. Isso com
certeza é um belo reconhecimento aos esforços de Lustosa naqueles 4 anos que
antecederam este momento tão importante.
Recortes do Dezenove de Dezembro,
edição 2050 de 1880
Em seus diários, o
imperador teria descrito que a Igreja da Ordem Terceira era “pequena, porém bonita e muito limpa”.
Nos dias seguintes,
viajariam pelo interior do Paraná passando por Campo Largo, São Luis do Purunã,
Palmeira, Ponta Grossa, Castro, e no retorno passando pela Lapa.
A Igreja da Ordem não
foi a única igreja visitada por Dom Pedro II. Comprindo seu principal objetivo
em Curitiba, inaugurou a Santa Casa de Misericóridia, em cuja capela também
assistiu a missa, no mesmo dia em que foi à Igreja da Ordem. Nos dias seguintes,
ainda assistiram a missa na igreja matriz de Palmeira e na primitiva igreja de
Santa Ana em Ponta Grossa, que seria reconstruída anos mais tarde, e que hoje
existe no lugar uma horrorosa catedral. Foram ainda à matriz de Castro, e no
retorno ao litoral estiveram na igreja matriz de Antonina, Nossa Senhora do
Pilar, da qual já postamos fotografia anteriormente.
Capela da Santa Casa de
Misericórdia, onde esteve também o Imperador em 1880
Matriz de Palmeira (1837), que
recebeu o casal imperial em 1880. Na época ainda não tinha torres.
Antiga igreja de Santa Ana em
Ponta Grossa, visitada pelo Imperador em 1880
Igreja Matriz de Castro, que em
1880 recebeu Dom Pedro II
Enfim, no dia 5 de
Junho voltaram a Paranaguá, onde o Imperador lançou a primeira pedra da futura
estação ferroviária, e ao final do dia embarcaram no navio Rio Grande em
direção ao Rio de Janeiro, deixando para trás a Província do Paraná ao som da
aclamação de todos os cidadãos presentes.
Fiz questão de citar
todas essas igrejas visitadas pelo casal imperial em 1880 para deixar claro que
fazia parte do itinerário deles a visita às igrejas principais de cada
localidade. Podemos imaginar que cada uma das vilas visitadas passaram os anos
anteriores preparando a cidade e suas igrejas para esta importante visita, e
que devem ter havido muitos “Antonios
Lustosas” responsáveis por adequar as igrejas que vimos nas fotos acima.
Se a igreja Matriz de
Curitiba não tivesse sido demolida, a Igreja da Ordem não teria sido visitada,
e provavelmente continuasse no mesmo estado de ruína. Talvez se em 1875 se
soubesse da visita do imperador eles não teriam tomado essa decisão, e
tentariam ainda manter a Matriz em pé. Contudo, o rumo da história fez com que
em Maio de 1880 a Matriz colonial não existisse mais, e estivessem ainda
tentando iniciar a nova, em estilo neogótico, levando assim nossos ilustres
visitantes a irem à pequenina Igreja da Ordem Terceira de São Francisco das
Chagas, a única da capital da província que estava apta para este evento.
A Igreja da Ordem tem
a aparência que vemos hoje graças as reformas de Lustosa para essa visita.
Todos os pontos já listados que ele mandou reformar permaneceram por muito
tempo, porém muitas coisas aos poucos foram sendo alteradas, como veremos no
decorrer dessa história.
Mas os planos ainda não tinham sido concluídos:
faltava uma torre! E eis que outra visita logo seria feita à cidade.
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